Führer (Parte 2)

Para a compreensão completa dos fatos descritos a seguir é sugerível antes a leitura de Führer (Parte 1).

Título: Führer

Gênero: Romance

As mãos cansadas de guerra e fome saudavam seu líder, homem de cuja as mãos gotejavam os sangues dos inocentes. Eles não podiam resistir à isso, seria o mesmo que se matar. A solução era assistir o grande monstro destruir aquela nação. Escondendo seus atos sobre uma falsa aparência de prosperidade.

***

Dois anos se passara desde que Hitler ganhara o poder sobre a Alemanha, e isso mudou drasticamente a vida de todos, principalmente de Sara, nunca mais ela se encontrara com Abraham, e nem sabia se o mesmo sobrevivera ao ataque dos fanáticos em sua casa. Conforme o tempo foi passando a garota foi começando a esquecer o menino e se viu sozinha em um mundo completamente diferente, aonde o medo e a dor eram visíveis a cada olhar, a cada passo cuidadoso, a cada esquina escura, a cada casa marcada de amarelo, um mundo destruído.

Um dos fatos que mais marcou a vida de Sara nesse tempo aconteceu na escola. A menina acordou de manhã logo cedo, se aprontou e foi para a escola, entrou em sua sala e esperou a professora. Esperou. Esperou. Esperou. Nada.

Duas horas se passaram sem que a professora desse o menor sinal de vida, os alunos obviamente não estavam achando aquilo tão ruim, aproveitavam para se distrair com seus amigos, até que a diretora apareceu na sala e disse que os alunos estavam dispensados da aula naquele dia. Rapidamente eles saíram da sala e foram em bora.

Uma das amigas de Sara se aproximou dela e disse:

-Você sabe o que aconteceu?

-Não- Sara respondeu, curiosa.

-Dizem que ela foi embora da cidade.

-Por que?

-Ela arranjou um amante e fugiu com ele.

-Nossa!

-Pois é, né, ela com aquele papinho de santa dela...

No outro dia a escola arranjou uma substituta, uma mulher idosa, ignorante, ninguém gostou dela, principalmente Sara, que por algum motivo se tornou a vítima da professora. A garota mal via a hora do sinal bater e ela poder ir embora, e assim que isso aconteceu ela disparou em direção ao portão principal, mas antes de sair ela passou no campo que ficava nos fundos da escola, ao lado do escritório da diretora, para pegar uma flor para a sua mãe. Porém no caminho ela escutou a voz furiosa da diretora:

-Jeff, você sabe que isso é uma loucura, não sabe?- disse ela ao coordenador da escola, extremamente abalada, em lágrimas.

-Sei, mas quem somos nós para lutar contra isso.

-Não estamos sozinhos, você sabe disso.

-Eles são mais fortes que nós.

-E o que nós faremos? Ficaremos de braços cruzados? Vocês viram o que eles fizeram com Emily?

Sara levou um susto ao ouvir o nome da professora.

-Só por que ela não quis obedecer aquele homem, aquele assassino... eles a mataram, ou coisa pior... meu Deus, aonde isso vai parar?

-Se eu fosse você não o chamava assim, ou pode ter o mesmo destino que ela, existem agentes disfarçados em vários lugares.

-E você queria que eu o chamasse como? Führer? Nem pensar.

Sara saiu dali abalada. Ela sabia muito bem de quem eles estavam falando. Ela caminhou lentamente até em casa meditando em cada palavra que a diretora disse, as últimas que ela ouviu a diretora dizer antes de "viajar para o exterior" sem dar notícias à ninguém.

Abraham, Emily, a diretora, Jeff... todos eles vítimas de um único homem. E ninguém fazia nada, nem podia.

Continua...